NameIzabel Dias (Bartira)
Spouses
Birth Date1485
Birth PlaceVouzelas, Vizeu, Beira Alta, Portugal
Death Date1580 Age: 95
Death PlaceSan Pablo, SP, Brasil
Notes for Izabel Dias (Bartira)
Tibiriça, que tinha vários filhos, teve uma M'bicy ( Flôr da Árvore) ou Bartira ou segundo outros, Potira, que mais tarde, após viver mais de quarenta anos com João Ramalho, foi batizada como Izabel Dias e casada, pelo jesuita Manoel da Nóbrega.
Ver Silva Leme I, 128; VIII, 263
Notes for Joao (Spouse 1)
(Ver grafico con su firma)
Chegado ao Brasil no início do século XVI, vivia na ilha de Guimbé com filhos e genros. Em 1532 já tinha grande descendência, vivendo como índios e com nomes indígenas (Francisco Ramalho chamava-se Tamarutaca). Foi capitão de Santo André, alcaide-mór do campo, vereador em São Paulo. Morreu em 1581, como avô de quase toda população nascida na vila de São Paulo. Foi o grande povoador dos sertões. Seus descendentes foram a um só tempo conquistadores, povoadores e homens públicos.
Texto extraído da obra "Os Moraes", de Regina Maria Moraes Junqueira, SP, 1999.
Filho de João Velho Maldonado e de Catharina Affonso, moradores na aldeia de Balbode-Portugal, nasceu em Bouzela (ou Vouzela), freguesia e comarca de Vizeu- Portugal, talvez, na época pertencente a Coimbra, pois Tomé de Souza se referia a João Ramalho como "do termo de Coimbra".( em "Família Munhoz de Camargo" pg. 34, de Jandira Munhoz Schmidt)
Chegou ao Brasil, náufrago ou degredado, não se sabe ao certo. Salvo de um naufrágio, por voltas de 1520, ("Guerra dos Tamoios, pg 38 e pg.123) pelos guaianá de Tibiriça ou 1512 segundo o "Dicionário de História do Brasil" de Moacyr Flores.
O padre Nóbrega diz ao se referir a João Ramalho: " ...quando veio da terra, que havia quarenta anos e mais, deixou mulher lá viva, e nunca mais soube dela, mas lhe parece deve ser morta, pos já lá vão tantos anos. Era casado na aldeia de Valgode ou Bolbode em Portugal, com Catharina Fernandes das Vacas, a quem jamais tornou a ver. "
O Delta Larouse dá como ano de nascimento de J. Ramalho, 1493 ( transcrito de Jandira Munhoz Schmidt.)
João Ramalho, passou a viver com Bartira, (Mbicy), "Flôr de Árvore") batizada com o nome de Izabel Dias, por Nóbrega que efetuou o casamento de ambos, após uma vida em comum de quarenta anos. Era Bartira, filha do cacique Tebiriçá ( ou Tibiriçá) dos Guaianá, família dos Tapuias que governava em Inhapuambuçú, perto de onde mais tarde foi erigida a cidade de São Paulo.
Ao citar os filhos de João Ramalho: André, Joanna, Margarida, Vitório, Marcos, João Ramalho (filho), Antônio de Macedo e Antônio Quaresma, a autora, acima citada, omite o nome de Catharina, citado na Genealogia Paulista de Silva Leme. (primeiro vol. pg. 48.
João Ramalho, aliado dos portugueses, foi de grande ajuda a Martim Afonso de Souza quando este chegou ao litoral em 1531, bem como seu sogro Tibiriça. Era negociante dos produtos da terra, incluindo escravos indios, com os "peros" como eram chamados os portugueses pelos silvícolas. Os escravos eram preados com ajuda dos indios guaianá chefiados por seu sogro Tibiriça e, pela trilha do "Paranapiacaba" ( lugar de onde se vê o mar ) iam até o litoral. São Vicente ou Santos eram conhecidos como "Porto dos Escravos" ( Guerra dos Tamoios, pg. 44). Eram os escravos vendidos no Rio da Prata, entre outros lugares, tendo Ramalho se associado com outro aventureiro chamado Antônio Rodrigues ( "Guerra dos Tamoios", pg.51/2).
Depois da partida de Martim Afonso, foram Ramalho e Tibiriça aliados de Braz Cubas, contra os franceses e contra os "antigos da terra", isto é, as outras tribus que se uniram contra os "peros" formando a "Confederação dos Tamoios" que empreenderam a "Guerra dos Tamoios" que de 1554 até 1567 fustigaram os portugueses no litoral e no planalto de Piratininga.
Em 1550 foi excomungado pelo jesuita Simão de Lucena, não por traficar índios, mas por viver "amancebado" com Bartira.
Comandavam os "Tamoios" os chefes: Aimberê, Cunhambebe, Parubuçú, Coaquira, Araraí e seu filho Jaguanharo. Araraí, Caiubí e Piquerobí, eram irmãos de Tibiriçá.
Em 1531, o capitão-mór Martim Affonso de Souza doou a João Ramalho a sesmaria na Ilha Guaiba, ao longo do curso do rio Ururaí, até Jaguaporecuba.
Ramalho criou a povoação da Borda do Campo, nas vizinhanças da antiga Fazenda e atual Vila de São Bernardo onde vivia com sua vasta prole ( Rocha Pombo).
Por carta de 01.07.1553, Tomé de Souza, fez João Ramalho capitão de campo para que reunisse os habitantes em torno da ermida já existente. O o arraial de Borda do Campo foi elevado a Vila Santo André de Borda do Campo em 08.09.1553.
Capitão de campo, João Ramalho , cumulativamente, foi Alcaide-mor com comando terrestre da vila e também guarda-mor de campo, responsavel pela defesa.
(Ulrico Schmidt le visita en 1553, declarando luego su asombro ante el ascendiente de J. Ramalho entre la poblacion indigena, a la cual se habia integrado, manifestando que podia este “reunir cinco mil indios en un solo dia”) Es interesante la mencion que hace de su pueblo, describiendolo como una “Casa de Latrocinio”
Ahora marchamos hacia una localidad que pertenece a los cristianos. El jefe que estaba en esta villa se llamaba Juan Ramallo. A este pueblo quiero reputar como una casa de latrocinio. Fue nuestra buenaventura que el Jefe no estaba en casa y estaba con los otros cristianos que habitan en San Vicente, pues ellos, los cristianos, hacen en tiempos un convenio entre ellos. Los otros que viven en San Vicente y en otros pueblos cercanos son más de cerca ochocientos hombres, que todos son cristianos y súbditos del rey de Portugal. Y este Juan Ramallo no quiere estar sometido al rey de Portugal o a su lugarteniente del rey en ese concepto, pues él dice y declara que él ha estado cuarenta años en esta tierra en Las Indias y la ha habitado y la ha ganado, ¿por qué no ha de gobernar él la tierra como cualquier otro? Por eso se hacen la guerra entre ellos, pues si este Juan Ramallo quiere tener reunidos cincuenta mil indios, puede juntarlos en un día, tanto poder tiene él en la tierra, mientras ni el rey ni sus lugartenientes pueden reunir dos mil indios.
Ahora debe decir también que sus hijos, los del sobredicho Juan Ramallo, han recibido bien a nosotros los cristianos, pero ello no obstante, tuvimos mayor recelo entre ellos que entre los indios. Ahora, como esto ha salido bien, damos gracias a Dios el Todopoderoso.
Foi vereador de 1553-1558 e em 1564 se recusou a ser vereador em São Paulo, alegando ser maior de 70 anos. Em 30.09.1576, ainda assinou ata da Câmara de S.Paulo. Já velho, afastou-se de tudo, indo viver entre os indios Tupiniquins no vale do Paranaiba.
Morreu em São Paulo de Piratininga, em 1580.
Tomé de Souza ao escrever ( por voltas de 1550/3 ) ao Rei, dizia que João Ramalho tinha "tantos filhos, netos e bisnetos que não ouso dizer a Vossa Alteza, ele tem mais de 70 anos, mas caminha nove léguas ( légua portuguesa equivalia a cinco Km.) , antes de jantar e não tem um só fio branco na cabeça nem no rosto".
Em 1562 Ramalho salvou São Paulo de um ataque dos carijós, que a essa altura tinham se afastado dos guaianás e se arregimentado com os "Tamoios" contra os portugueses. Em 1568, o jesuita Baltazar Fernandes disse que Ramalho tinha "quase 100 anos". Ramalho morreu em 1580 com mais de 95 anos de idade. Por estas contas teria nascido em mais ou menos 1485.
Uma das filhas de João Ramalho e Bartira, Catharina, veio a se casar com Bartholomeu Camacho tendo, entre outros a filha D (?) Camacho ( como se nota não foi guardado seu nome) que veio a se casar com Jerônimo Dias Cortes.
Anna Camacho, filha do casal, e que morreu em 1613, foi casada com Domingos Luiz "O Carvoeiro" e com ele tiveram : Ignês Camacho (+1623) em S.Paulo , Leonor Domingues, Domingas Luiz, Bernarda Luiz, Domingos Luiz "o moço" , Antônio Lourenço e Miguel Luiz.